terça-feira, 29 de setembro de 2009

Presença de Zelaya em
embaixada brasileira é
convite ao diálogo, diz Amorim

Por Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, refutou há pouco as críticas ao fato de o governo brasileiro ter abrigado o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada brasileira, em Tegucigalpa. Para o chanceler, longe de alimentar o conflito, a iniciativa favorece o início do diálogo entre o governo deposto e o grupo de golpistas que assumiu o poder após a destituição de Zelaya do cargo, em 28 de junho deste ano.

"Nossa ação reconduz à retomada do diálogo, algo que não estava acontecendo", afirmou Amorim, durante reunião extraordinária da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, convocada para discutir a situação política do país centro-americano. "O fato de Zelaya estar hoje no país é um convite ao diálogo. Não sei o que teria acontecido caso o Brasil não o tivesse aceito [na embaixada]. Ele teria sido preso, morto ou estaria em uma serra planejando uma revolução. Achamos que estamos contribuindo para o diálogo e nossa embaixada não está interferindo [em assuntos internos hondurenhos].

Evitando responder qual o status concedido a Zelaya pelo governo brasileiro, "uma situação sui generis", Amorim voltou a afirmar que a posição brasileira em todo o episódio está em conformidade com o posicionamento da comunidade internacional e de órgãos multilaterais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que refutam o golpe de Estado e exigem a volta do presidente deposto ao poder.

Reconhecendo que a situação em Honduras, é "extremamente difícil", Amorim admitiu ter pedido o apoio de outros países para garantir a segurança dos brasileiros que vivem naquele país. O chanceler sustentou que o governo brasileiro não tinha qualquer informação prévia sobre o retorno de Zelaya ao país e que só soube de sua presença meia hora antes dele chegar à embaixada. Ele revelou também ter recebido um pedido para que emprestasse uma aeronave ao presidente deposto, o que foi negado.

O Brasil jamais foi protagonista [do retorno de Zelaya ao país], assegurou Amorim. "Não houve nenhuma combinação para que o recebêssemos [na embaixada]. Houve um momento em que nos foi pedido um avião brasileiro para que ele retornasse e nós negamos", disse o ministro, explicando que o pedido teria ocorrido há cerca de três meses, poucos dias após o Brasil ter emprestado uma aeronave ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que visitou Honduras.

"Talvez por isso tenham acreditado que poderíamos emprestar [a aeronave], mas eu neguei o pedido. E nunca mais ele [Zelaya] nos solicitou nada", disse o ministro, sugerindo que se os senadores quisessem levar em conta a opinião dos golpistas, e não a dele, não poderia fazer nada. "Não soubemos, não participamos e fomos surpreendidos quando ele bateu às portas da embaixada."


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BRASIL
Deputados pedem o retorno da
ordem democrática em Honduras

Por Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Deputados brasileiros reforçaram hoje (29) a necessidade de restabelecer a ordem democrática em Honduras e da realização das eleições marcadas para 29 de novembro. Amanhã (30), seis deputados da Comissão de Relações Exteriores da Câmara vão viajar para aqueles país, que há mais de três meses vive uma crise institucional, provocada por um golpe de Estado que derrobou o presidente Manuel Zelaya. Segundo o deputado Maurício Rands (PT-PE), a missão verificará a situação dos brasileiros que vivem no território hondurenho e na embaixada brasileira em Tegucigalpa, capital do país centro-americano.

“Nossa função é de diplomacia parlamentar para ajudar a preservar a segurança dos quase 500 brasileiros que morram em Honduras e a incolumidade da missão diplomática brasileira em Honduras”, afirmou o parlamentar, que faz parte da comissão que viajará ao pais.

Ele disse ainda que não há encontros marcados com o golpista Roberto Micheletti e nem com o presidente deposto Manuel Zelaya.

Rands disse também que espera o retorno da ordem democrática em Honduras e a realização das eleições em novembro. "Queremos um desfecho que respeite a vontade soberana do povo ao eleger seus governantes e não quebre essa tradição recente da América Latina de consolidação da democracia.”

O deputado Ivan Valente (P-SOL- SP), que também faz parte do grupo que vai a Honduras, disse que a solução para o conflito é politica. “ Entendo que deve-se restituir o presidente democraticamente eleito e a partir daí abrir um processo eleitoral democrático.” Ele afirmou ainda que é preciso acabar com a repressão em Honduras.

Valente também ressaltou que a missão é, acima de tudo, humanitária e que o diálogo vai ser estabelecido com o parlamento de Honduras. “Nosso status de parlamentar não permite que a gente exerça esse papel [de mediador do governo brasileiro]. Podemos dialogar com o parlamento de lá, o que é uma relação de igual para igual”, explicou.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que faz parte da comissão, defendeu a realização de eleições como forma de resolver o conflito, mas alertou que para isso é preciso revogar o estado de sítio e também que o Brasil defina a situação de Zelaya.

“O caminho é empurrar a crise até que haja eleições e para isso é preciso que no final da semana caiam todos os dispositivos do estado de sítio para que se realizem as eleições. Além disso, o Brasil deve definir a condição do Zelaya. Temos dito que ele é hospede da embaixada brasileira, mas essa categoria não existe nos tratados internacionais”, afirmou Gabeira.

Os deputados que vão a Honduras ainda esperam a concessão do visto para entrar no país. A viajem está programada para amanhã e eles seguem até El Salvador num avião da Força Aérea Brasileira e vão para Honduras em vôo comercial.


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Zelaya considera groseras
declaraciones del representante
de EE.UU. ante la OEA

Las declaraciones son "desafortunadas, totalmente particulares y fuera de contexto" dijo el mandatario legítimo, y reafirmó que la comunidad internacional exige su regreso como presidente. Leia em TeleSUR.

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Las Fuerzas Armadas de Honduras
recomiendan el diálogo a sus superiores


EFE

Tegucigalpa, 29 sep (EFE).- El jefe del Estado Mayor Conjunto hondureño, general Romeo Vásquez, afirmó hoy que las Fuerzas Armadas recomiendan a sus superiores el diálogo y señaló que se han tomando todas las medidas necesarias para evitar que el país se pueda "desangrar". Leia.

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El golpista Micheletti
se burla del mundo

Vicky Pelaez |
2009-09-29
El Diario NY

Ya van 94 días del infame golpe de Estado en Honduras, tramado y ejecutado por los hombres más ricos e influyentes del país Carlos Roberto Facussé y Roberto Micheletti quien se convirtió en el presidente de facto. Aquella madrugada los militares conspiradores sacaron en pijama al presidente Manuel Zelaya, lo metieron en un avión que hizo primera escala en la base aérea norteamericana Soto Cano, ubicada a 80 kilómetros de Tegucigalpa y posteriormente lo dejaron en el aeropuerto de San José, Costa Rica. Los golpistas pensaron con su mente de Guerra Fría, que Estados Unidos aceptaría gustosamente su proeza, como lo ha hecho siempre. Creían en la famosa consigna de Nixon: “siempre es mejor una dictadura no-comunista que una comunista”.

Para adaptarse a los “tiempos nuevos” y mostrarse “humanos” decidieron no asesinar al depuesto Zelaya y simplemente expulsarlo, creyendo que así se calmaría todo y que pronto éste se convertiría en un cadáver político. Cómo deben estar de arrepentidos de no haber seguido fielmente a su maestro Augusto Pinochet y eliminar a tiempo a Zelaya. Subestimaron la capacidad insurgente de su población que desde ese mismo día no ha cesado de protestar pese al terror y la represión. Al tercer intento, Zelaya logró retornar al país clandestinamente y se refugió en la embajada de Brasil, paradójicamente no solo con la ayuda de Brasil, sino con la participación de Estados Unidos y de empresarios y militares hondureños descontentos con la política de aislamiento de Micheletti.

Pero lo que menos esperaron los golpistas, es el repudio de la comunidad internacional expresada en la OEA, la UNASUR, la ONU, la cumbre de G-20, la Unión Europea, e inclusive el no reconocimiento del gobierno de facto por Norteamérica. Sin embargo, a pesar de todas las presiones, incluyendo la amenaza del uso de fuerza, Micheletti y sus partidarios no ceden ni un ápice y prácticamente sabotean todas las negociaciones. Es más, cada noche que pasa aumenta la represión brutal contra el pueblo. Se denuncia que ya asesinaron a más de 100 personas y detuvieron a más de 300. Lanzaron cianuro de hidrógeno contra la embajada brasileña y trajeron de Israel un “cañón acústico” para obligar a Zelaya a salir afuera. El envalentonado Micheletti hasta ha dado plazo de 10 días a Brasil para definir el estatuto de Zelaya y se da el lujo de expulsar a diplomáticos de la OEA.

Este Micheletti de conocida paranoia anticomunista, quien a base de astucia y corrupción se afianzó como hombre de negocios, logró rápido ascenso financiero y político gracias a su vínculo con el Cartel de Cali, hecho documentado por el coronel de la seguridad Pública René Adalberto Paz Alfaro. Este no ignorante Micheletti conoce también el destino de dictadores, como Stroessner, Videla, Pinochet, Fujimori, entonces debe estar loco o tiene asegurada la protección de Estados Unidos para hacer lo que hace.

La ambigüedad de Barack Obama debe darle también seguridad, pero Obama no es Nixon, ni Hillary Clinton es Kissinger esos que llamaban a Pinochet cada vez que iban a criticarlo para decirle que “no se sienta agredido”. O tal vez es así, y por eso Micheletti se ríe del mundo entero, y no cede.

Vicky.pelaez@eldiariony.com

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