quarta-feira, 23 de setembro de 2009


Câmara dos Deputados
Relações Exteriores
aprova comissão externa
para ir a Honduras


23/09/2009 13h50

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional aprovou nesta quarta-feira requerimento dos deputados Ivan Valente (Psol-SP) e Fernando Gabeira (PV-RJ) para a criação de uma comissão externa para avaliar a situação da representação brasileira em Honduras, depois da decisão do presidente deposto Manuel Zelaya de se abrigar na embaixada do Brasil em Tegucigalpa - capital do país.

A embaixada está cercada por soldados e policiais antimotim desde ontem. Zelaya, que está na embaixada acompanhado da família e de partidários, disse que o governo hondurenho planeja invadir a embaixada para capturá-lo e assassiná-lo.

Ivan Valente argumenta que a Câmara deve tomar providências para defender os princípios democráticos nas Américas, "rechaçar todas as tentativas de desvirtuamento das instituições", e proteger a integridade da representação diplomática brasileira em Honduras.

Deputados do PPS e do Psol também propuseram a criação da comissão externa à Mesa Diretora. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) disse que a comissão quer mediar uma saída para a crise em Honduras que garanta a integridade dos cidadãos. A mesa ainda não decidiu sobre os dois pedidos.

Embaixada de Honduras
Um grupo de deputados esteve no início da tarde na Embaixada de Honduras, em Brasília, em ato de apoio ao retorno de Manuel Zelaya à presidência daquele país.

Participaram da comitiva os deputados Ivan Valente (Psol-SP), Chico Alencar (Psol-RJ), Geraldinho (Psol-RS), Domingos Dutra (PT-MA) e Raul Jungmann (PPS-PE).


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Parlamentares brasileiros
vão à Embaixada de Honduras
pedir a volta de Zelaya

23 de Setembro de 2009, 20h12

Por Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Nove deputados federais e um senador entregaram hoje (23) um documento na Embaixada de Honduras, em Brasília, no qual pedem o retorno imediato do presidente deposto, Manuel Zelaya, e também dizem se solidarizar com o povo hondurenho pelo restabelecimento da ordem democrática no país.

No documento, os parlamentares afirmam que “Honduras tem um presidente constitucional, eleito pelo povo, e o Brasil agiu certo ao acolhê-lo em sua embaixada”. Os parlamentares também pedem a renúncia imediata do governo interino e o fim de toda a repressão contra os hondurenhos.

“A ONU [Organização das Nações Unidas] a OEA [Organização dos Estados Americanos] e, sobretudo, os povos da nossa América Latina hão de reconstruir a soberania em Honduras, devolvendo ao governo o presidente eleito legitimamente pelo voto popular”, dizem os deputados e senadores.

Um grupo de deputados também quer ir a Honduras até sexta-feira (25) para pedir a volta da ordem democrática no país e a garantia à integridade do território brasileiro, no caso a Embaixada do Brasil, e, ainda, o respeito ao representante eleito pelo povo.

De acordo com o deputado Maurício Rands (PT-PE), caso os aeroportos de Honduras estejam fechados, eles desembarcarão em países vizinhos: Costa Rica ou Nicarágua. “Se os aeroportos de Tegucigalpa [capital da Honduras] continuarem fechados, nós vamos à Costa Rica para falar com o presidente Oscar Arias, que já está há muito tempo fazendo o esforço de mediação e também à Nicarágua”, disse.

Rands condenou ainda o golpe dado pelos militares e o presidente interino, Roberto Micheletti, que presidia. “[O golpe] é um precedente muito grave na América Latina que já sofreu no passado com ditaduras militares”, disse.

O deputado Ivan Valente (P-SOL-SP) disse que “é preciso garantir a integridade e a soberania do Brasil e dizer que não se aceitam mais golpes militares e truculência”.

Hoje, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou um requerimento para que uma comissão externa fosse a Honduras avaliar a situação da representação brasileira em Honduras.


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Manifestação em São Paulo
defende volta de Zelaya
à Presidência de Honduras

23 de Setembro de 2009 - 20h04

Por Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Cerca de 70 pessoas fizeram um protesto, na tarde de hoje (23), em frente ao Consulado de Honduras, na região dos Jardins, em São Paulo. O ato, segundo os manifestantes, serviu para mostrar solidariedade ao povo hondurenho e, ao mesmo tempo, expressar repúdio ao golpe de Estado que depôs o presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho último, e entregou o comando do governo a Roberto Micheletti.

Um dos organizadores da manifestação, Dirceu Travesso, dirigente da Conlutas, esteve recentemente em Tegucigalpa, capital de Honduras, e se disse impressionado com a “resistência do país e a disposição de luta do povo”.

“O grande sentimento é um sentimento antigolpe. Ninguém legitima o golpe. O debate sobre a figura do Zelaya se divide. O fato é que, mesmo nos setores críticos ao Zelaya, tem uma posição categórica de dizer que o golpe não é a saída para resolver a situação de um país”, afirmou Tavesso.

Para ele, a solução para Honduras seria o retorno de Zelaya ao poder, a realização de um debate e a punição dos golpistas. “O debate do povo de Honduras não é só a volta de Zelaya. O que se faz com esses golpistas que estão matando gente na rua e prendendo gente? A exigência do movimento é a punição e, além disso, o debate de projetos e perspectivas, que é a questão da Constituinte.”
De acorrdo com Travesso, uma reunião deve ser realizada amanhã (24), na sede da Conlutas, em São Paulo, para definir novos atos de apoio ao povo hondurenho.


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