terça-feira, 11 de agosto de 2009

Honduras
Relato do deputado
Amauri Soares


Por Alexandre Brandão*

A Marcha Nacional de Resistência Popular reuniu em Tegucigalpa, capital de Honduras, mais de 50 mil pessoas vindas do interior e da própria cidade para reclamar a volta do presidente deposto Manuel Zelaya. Em San Pedro Sula, principal distrito industrial do país, não há estimativa, mas o número de pessoas pode ser ainda maior. A avaliação é do deputado Sargento Amauri Soares, que acompanhou de perto as manifestações do povo hondurenho contra o golpe de Estado. O protesto teve a presença da mulher do presidente, Xiomara Castro, e de sua filha Hortencia Zelaya.

No final da tarde, em Tegucigalpa, o movimento vai se reunir em assembleia na Universidade Pedagógica Nacional. São esperadas mais de 20 mil pessoas. Mas uma decisão já está tomada: na quarta-feira, 12 de agosto, a manifestação vai retornar ao mesmo local e no mesmo horário.

A marcha obstruiu a avenida João Paulo II, uma das principais vias da cidade, e chegou a até 500 metros do palácio presidencial de Honduras. Caravanas de todos os departamentos cercaram as ruas próximas à sede do governo. O Exército e a Polícia, através das tropas de choque, fizeram um cordão de isolamento a 200 metros de distância do palácio. Não houve grandes tumultos e enfrentamentos entre as forças de repressão e os manifestantes. No entanto, mesmo contra a orientação da direção do movimento, algumas pessoas apedrejaram os comércios de origem estrangeira, como o McDonald’s e o banco HSBC.

Em nome da delegação brasileira presente em Honduras, o deputado Sargento Soares saudou a oportunidade do movimento e foi ovacionado pelos manifestantes. Segundo o deputado, os golpista já estão agindo com cautela, se comportando na defensiva e preocupados com o aumento das manifestações.

A Rádio Globo e a TV Maia são um dos poucos veículos de comunicação de Honduras que estão noticiando a manifestação. Os outros veículos, relata o deputado, estão mais preocupados em justificar o golpe.

A Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe, que organiza os protestos, tem formação suprapartidária e integra diversos setores do país. Um dos partidos que estão na direção do movimento é o Partido Liberal (PL), que tem em seus quadros, contraditoriamente, Manuel Zelaya e Roberto Micheletti, o atual presidente golpista. O Partido da Unificação Democrática (PUD) é um dos principais partidos de esquerda que compõe a frente. Há ainda a participação de partidos menores, centrais sindicais, movimentos indígenas, estudantes e a Via Campesina.

* Assessor de imprensa do gabinete do deputado Sargento Amauri Soares.

ATENÇÃO
Começou a repressão em Tegucigalpa. A rádio Globo Honduras está reportando o confronto.

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